CI 555, características e aplicações!
Existe uma enorme quantidade de circuitos integrados (CI’s), são diversos tipos, modelos e aplicações. Apesar da infinidade de modelos de circuitos integrados disponíveis no mercado, quando nos referimos a este tipo de componente não podemos deixar de falar do 555.
Se você não conhece o circuito integrado (CI) 555, como ele funciona ou para que serve, fique tranquilo, pois o Manual da Eletrônica explica neste artigo o que é o 555, para que serve o 555, os modos de operação do 555 e as suas principais características. Então vamos lá!
555: O que é?
O 555 foi desenvolvido pelo engenheiro Hans Camenzind no ano de 1970 e apesar de tanto tempo desde que foi desenvolvido, não houve grandes mudanças em seu circuito ao longo do tempo. Este é um circuito integrado muito utilizado e um dos mais conhecidos na eletrônica, sendo muito útil em diversos projetos de eletrônica. Muitos dizem que o 555 recebe este nome devido ao divisor de tensão interno com três resistores de 5.000 Ohms.
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Inicialmente o circuito integrado 555 foi projetado para ser utilizado como timer e oscilador de uso geral. Porém esse componente se mostrou ainda mais versátil, sendo usado para as mais diversas aplicações. Para você ter noção da grandeza e versatilidade deste circuito integrado, o 555 possui mais de 1 bilhão de unidades vendidas, que também explica tamanho a sua popularidade.
555: Características
O circuito integrado 555 possui 8 terminais, sendo 4 de cada lado. Ele pode ser encontrado tanto na tecnologia TTL quanto CMOS. Por isso este componente pode operar sobre tensões de 1,5 a 18 volts, com baixo consumo de corrente, fornece correntes de saída de no máximo 200mA e operar em frequências na ordem de MHz (Mega hertz). Além disso, alguns modelos de 555 podem operar em temperaturas extremas como por exemplo, alguns modelos militares que podem trabalhar de -55°C até 125°C.
Pinagem do 555
Como em qualquer circuito integrado, o primeiro passo para identificar os pinos do CI é identificar onde fica a parte chanfrada na carcaça. Ela indicará qual a posição correta para olhar e identificar quais são os pinos.
Normalmente essa marcação nos diagramas fica para cima ou virada para a esquerda. A partir desta marca identificamos os pinos de 1 a 8, seguindo no sentido anti-horário. Abaixo temos a imagem que apresenta as pinagem do 555, e em seguida a descrição dos seus respectivos pinos.
- GND que também é conhecido como terra, deve estar ligado ao terra (0v) da fonte de alimentação. Caso a polaridade seja invertida pode causar sérios danos no chip.
- TRIGGER significa gatilho, isto é, quando um determinado valor de tensão menor que ⅓ da tensão de alimentação for aplicado a este pino, o seu biestável interno é ativado e a sua saída (OUTPUT).
- OUTPUT é a saída que ao ser ativada emite um sinal com amplitude igual a tensão de alimentação do CI, isso acontece por um intervalo de tempo e com a frequência que depende de outros componentes ligados ao circuito.
- RESET é o pino responsável por interromper e iniciar novamente a operação.
- CONTROL VOLTAGE, usado para controlar o comparador interno do chip que está ligado ao pino 6 (THRESHOLD), ou seja, com ele é possível ajustar a sua sensibilidade.
- THRESHOLD quer dizer limiar. Este pino desativa o biestável interno e a saída (OUTPUT) quando estiver com uma tensão acima de ⅔ da tensão VCC.
- DISCHARGE significa descarregar. Ele serve para descarregar o capacitor que deverá estar ligado neste terminal.
- VCC é o pino de alimentação do 555. Como citado anteriormente, a sua tensão de alimentação deverá ser entre 1,5V e 18v. Portanto é necessário consultar o seu respectivo datasheet para fazer a ligação correta.
555: Aplicações
Ao imaginarmos qualquer projeto que necessite da geração de formas de ondas, retardos, temporizações ou disparos de dispositivos a partir de sinais de qualquer tipo, temos o 555 como possibilidade de aplicação.
Este é um circuito integrado que possui três modos de operação que são astável, monoestável e biestável. Devido estes modos de operação existe a possibilidade de muitas aplicações, tais como:
- Oscilador
- Temporizador
- Gerador de pulso
- Modulador por largura de pulso
Modos de operação do 555: Astável
Astável significa não possuir um estado estável. Isso quer dizer que a saída do 555 muda constantemente de estado, entre alto e baixo sem nenhuma intervenção do usuário. Abaixo temos o esquema elétrico do CI 555 na configuração astável.
Esse tipo de circuito oscilador pode ser utilizado para movimentos intermitentes em um dispositivo, como desligar e ligar um motor em intervalos regulares. Também pode ser utilizado para piscar lâmpadas ou LEDs, ou pode ser usado para acionar outros circuitos digitais.
Modos de operação do 555: Monoestável
Monoestável significa possuir apenas um estado estável. Quando o 555 está configurado como monoestável, ele produz em sua saída um sinal de resposta à um sinal de disparo em sua entrada.
Nesta configuração o seu estado estável é a saída desligada, isto é, o CI 555 permanece em nível lógico baixo até que ocorra um sinal em sua entrada. Após este disparo, a sua saída vai para o nível alto por um determinado período e depois retorna para zero. A seguir podemos ver o esquema elétrico do CI 555 na configuração monoestável.
Um exemplo básico de aplicação do CI 555 configurado como monoestável é em circuitos de iluminação, onde é preciso deixar a lâmpada ligada e após um período esta lâmpada deve ser desligada.
Outras aplicações quando o 555 está configurado como monoestável são:
- Temporizadores
- Detectores de pulso
- Remover o ruído de chaves (debounce)
Modos de operação do 555: Biestável
Biestável significa possuir dois estados estáveis. Quando o CI 555 está configurado como biestável, ele produz em sua saída um sinal de resposta a um sinal de disparo em sua entrada, que o resultado é em um nível lógico alto ou baixo na saída.
No modo biestável tanto o nível lógico alto quanto o nível lógico baixo são estáveis, ou seja, a saída permanecerá em alto ou baixo até ocorrer um pulso na entrada do circuito. Abaixo podemos ver o esquema elétrico do CI 555 na configuração biestável.
Usamos este tipo circuito quando é preciso inverter o sinal após um acionamento, sempre que necessário reiniciando o biestável.
A modulação por largura de pulso (PWM) é uma das aplicações do circuito integrado 555, que é uma técnica extremamente usada na eletrônica. Para que você entenda melhor sobre essa aplicação do CI 555, abaixo tem um vídeo do Mundo da Elétrica, explicando o que PWM. Vale a pena conferir!
Encerramos mais um artigo, caso tenha ficado alguma dúvida ou curiosidade em relação ao circuito integrado 555, deixe nos comentários que iremos responder. Também fique à vontade para visitar outros artigos do site Manual da Eletrônica.
Sobre o autor
Pedro Alves atua na área de eletricidade desde 2014 quando cursou Eletromecânica no SENAI. Se tornou eletricista especializado em comandos elétricos e instalações elétricas prediais no ano de 2015. Também é Técnico em Eletrônica pelo CEFET-MG. Trabalha como eletricista autônomo há mais de 4 anos e tem vasta experiência como editor de conteúdo para artigos técnicos na empresa Mundo da Elétrica.
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